O termo metástase é utilizado quando temos células tumorais que saem do seu ponto de origem e se alojam em locais mais distantes. Nem todos os tumores possuem essa capacidade. A depender do local de origem e informações obtidas pela biopsia essa poderá ser uma preocupação. O médico Oncologista é o profissional mais capacitado para realizar essa avaliação.
Dra. Samira Cotta, Oncologista, especialista no cuidados a pacientes com câncer
Dra. Samira Cotta vem trabalhando nos últimos anos de sua carreira com estratégias de prevenção e suporte aos sobreviventes do câncer, ferramentas necessárias para reduzir o impacto da doença na vida de tantas pessoas e de tantas famílias.
Dra Samira é médica clínica, oncologista e paliativista,
com área de atuação em predisposição hereditária ao câncer
e modulação epigenética para prevenção
e redução de recidiva no câncer.
Currículo
- Médica pela UFJF em 2011.
- Especialista em titulada em Clínica Médica em 2014 pela FHEMIG , RQE 38754
- Especialista em titulada em Oncologia Clinica em 2017 pela UFMG, RQE 38755
- Membro Titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, SBOC
- Pós Graduada em Cuidados Paliativos em 2020 pela PUC-MG.
- Pós Graduada em Oncogenética em 2023 pelo H. Albert Einstein.
Como saber se alguma metástase ocorreu?
Na avaliação inicial de um paciente que recebeu diagnóstico de um câncer por biopsia o oncologista irá avaliar o tipo histológico daquele tumor e baseado em algumas informações técnicas irá solicitar exames de imagem que visam realizar o que chamamos de ESTADIAMENTO SISTÊMICO.
Em que consiste o estadiamento? O que significa?
Estadiamento consiste em realizar exames de imagem para avaliar o corpo do indivíduo de forma ampla a fim de mapear o risco de alguma metástase ter se instalado. Essa avaliação não é padrão para todos os cânceres. Os tipos de imagem são solicitados de acordo com o perfil do tumor estudado e conhecimento pela história natural daquele câncer sobre quais sítios são mais prováveis de acometimento.
Quais exames podem ser solicitados para avaliação de metástase?
Desde exames os mais simples aos mais complexos, a depender do perfil de risco daquele câncer.
- Raio X
- Ultrassonografia
- Tomografia
- Ressonância
- Cintilografia
- PET-C
Quais informações podem sugerir maior risco?
São informações importantes na analise da biopsia dos tumores
- Tamanho do tumor
- Margem de ressecção
- Grau tumoral
- Índice de mitose
- Invasão angiolinfática
- Invasão perineural
- Linfonodos comprometidos
Metástases podem ocorrer para quais locais do corpo?
De acordo com o tipo de tumor pode ocorrer maior afinidade por determinados tecidos distantes. Contudo, algumas associações são comuns:
1- Ossos: Câncer de mama, próstata, rins e pulmão possuem os ossos como locais frequentes de metástase na doença avançada
2- Pulmão: Câncer de mama, intestino, sarcomas e mesmo pulmão internamente são os primários mais comuns.
3- Fígado: Canceres do aparelho gastrointestinal como intestinos, estômago, pâncreas, esôfago e fora do intestino mama, pulmão se destacam.
4- Linfonodos: Podem ser sítio de metástase a distância ou locorregional. A maioria dos câncer possuem esse comportamento de disseminação linfática. Alguns com maior disseminação a distância como mama, pulmão e rins.
5- Sistema nervoso central: Destacam-se o câncer de pulmão, mama, rins e melanoma.
Sintomas em metástases, ocorrem?
Pacientes com metástase sistêmica podem ou não apresentar sintomas.
A depender do local para onde ocorreu a disseminação ou do volume de doença existente podem existir maior ou menor expressão clínica, ou seja, sintomas.
Alguns sinais e sintomas de alerta do paciente que demandam investigação médica. Cito 5 principais:
- Dor localizada: pode ser algo novo ou que tenha se intensificado de forma atípica. Uma dor nova sempre chama atenção, contudo também é importante valorizar aquele tipo de dor que era crônica e mudou padrão, a exemplo uma dor na coluna que o paciente já convivia, mas que de um tempo em diante passou a gerar muito desconforto e demanda constante de analgésicos.
- Cefaleia: Apesar de ser um sintoma muito comum na população em geral, se ele está ocorrendo de forma constante e medicações frequentes são utilizadas, é necessária investigação.
- Fadiga intensa: a sensação de perda de energia pode ocorrer nos pacientes em tratamento curativo, como efeito colateral de quimioterápicos. Contudo deve ser valorizada e investigada sobretudo de houverem outros sinais e sintomas associados.
- Perda ponderal: Este é um sinal importante de alerta, sobretudo se a perda for acima de 5% do peso habitual do paciente. Esta bem documentado o quanto a perda da massa muscular interfere nos resultados do tratamento e pode sinalizar falha no controle da doença.
- Febre sem definição causal: se ocorre elevação de temperatura frequente em um paciente sem a identificação de uma causa, é necessária extensão dessa busca, tendo o câncer ativo como uma das causas possíveis.
Doença metastática tem cura?
Há alguns anos atrás a resposta para essa pergunta poderia ser não. Contudo, com as novas técnicas cirúrgicas e novas medicações, a história de vários tipos de câncer se modificou proporcionando grandes marcos na oncologia; a exemplo do melanoma, em que doença avançada tornou-se curável para uma grande parcela dos casos.
Prevenção de metástase
A identificação do câncer em fases iniciais é a melhor forma de prevenir o surgimento de metástases, bem como aconselhamento dos grupos de risco.
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